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Paralisia facial nem sempre é consequência de derrame






Geralmente associada ao acidente vascular cerebral, a paralisia facial pode ter várias outras origens. Para a maioria das causas, o problema é reversível. O distúrbio atinge músculos da expressão facial e pode ser central ou periférico. O primeiro caso é provocado por lesões no cérebro. Já no periférico, só é afetado o próprio nervo facial. Os sintomas e manifestações de cada uma delas também são diferentes.

De acordo com o neurologista Vladmir Garcia, muitas pessoas procuram desesperadamente por médicos acreditando ter sofrido um derrame por estar com o rosto paralisado. "A paralisia provocada pelo derrame não acomete só o rosto. Ela atinge também os músculos de outras partes do corpo, diferente da Paralisia de Bell, que é o nome científico da paralisia facial", explica.

Segundo Garcia, a paralisia facial ocorre por vários fatores, mas o principal deles são as mudanças climáticas. "Por isso, normalmente, quando surge um paciente com paralisia, logo aparecem outros. É de época", conta. Outra causa que, de acordo com ele, tem sido bastante cogitada entre os médicos é a influência de um vírus na paralisia facial.

Mas a paralisia facial também poder ser provocada por trauma, derrame, meningite, infecção de ouvido, herpes zoster, choque térmico, fratura da mandíbula, entre outras.

Os sintomas deste problema manifestam-se repentinamente. O único sinal que, às vezes, precede a paralisia, é uma dor na região do ouvido. "Um dos primeiros sintomas que a pessoa percebe é no piscar de olhos, que se torna mais lento no lado afetado pela paralisia. Outro sinal que é logo percebido é a boca, que fica torta, impedindo, por exemplo, o bochechar", explica Garcia.

"A paralisia não dá avisos. Tive uma paciente que estava fazendo pão e ficava o tempo todo entre o forno e a geladeira. O choque térmico deixou sua boca torta e ela só se deu conta disso quando um dos filhos a avisou", conta o fisioterapeuta especialista em neurologia, Fábio Gilbertoni.

E existem causas ainda mais simples. "Teve um caso de um caminhoneiro que viajava à noite com a janela aberta. O contato do vento frio com o rosto também provocou a paralisação por choque térmico", conta Gilbertoni.

Segundo ele, a pessoa acometida pela paralisia facial se torna incapaz de fechar completamente o olho do lado afetado, o que frequentemente origina ausência de lacrimação, fazendo com que a córnea resseque. "Também o canto da boca tende a cair, o que provoca o escorrimento de saliva por esse canto. Além disso, ocorre a paralisia da sobrancelha, o apagamento dos sulcos da testa e ao redor da boca", acrescenta Gilbertoni.

Márcio teve paralisia duas vezes
Márcio Michel Granado já teve paralisia facial por duas vezes. Em ambos os casos, a causa foi choque térmico. "Na primeira vez, eu era adolescente e estava andando de mobilete com uma máscara no rosto. Quando tirei a máscara, o contato do vento frio com o rosto quente paralisou-o", contou.

Já no segundo caso, Granado não sabe precisar qual foi o evento que provocou a paralisia. O primeiro sinal percebido foi a língua adormecida. "Depois percebi que a boca havia paralisado quando fui escovar os dentes e a água escorreu pelo canto da boca", acrescentou ele.

Após a constatação pelo neurologista que o problema era realmente uma paralisia facial, Márcio passou a fazer fisioterapia, tomar vitaminas do complexo B e corticóides. "O tratamento já dura mais de 40 dias e os movimentos já estão recuperados. Falta apenas fortalecer a musculatura afetada", disse Granado.

De acordo com o fisioterapeuta Fábio Gilbertoni, o tratamento fisioterápico da paralisia facial é feito através de eletro-estimulação, massagens e exercícios de mímicas faciais. "Com isso, provocamos a ativação da musculatura e a facilitação neuromuscular."

Chances de recuperação são grandes
Por estar ligada a lesões neurológicas, a paralisia facial central pode ser, em muitos casos, irreversível. O que quase não acontece na paralisia periférica. De acordo com o neurologista Vladmir Garcia, 80% dos pacientes com Paralisia de Bell se recuperam espontaneamente em 30 dias. "O tratamento, na maioria das vezes, serve apenas para acelerar o processo de recuperação", explica.

O tratamento da paralisia facial pode incluir, além de medicamentos, fisioterapia, fonoaudiologia e acupuntura. "A fisioterapia é de extrema importância para preparar e fortalecer a musculatura afetada", afirma o neurologista.

Segundo Garcia, cerca de 90% dos casos têm recuperação total, mas entre 5% e 10% deles podem ficar com sequelas. "Ayrton Senna era um exemplo. O sorriso de canto de boca não era charme. Era, na verdade, a sequela de uma paralisia facial", conta o médico.

De acordo com Garcia, a paralisia facial é um problema que acomete homens e mulheres igualmente e tem maior incidência em pessoas com idade em torno dos 40 anos. "Os casos ocorrem, quase sempre, entre os 20 e os 40 anos. Raramente surge um caso abaixo de 12 anos", acrescenta ele.

A maioria dos casos evolui para a cura, sem qualquer risco ao paciente. Mas a necessidade de um acompanhamento médico precoce é importante para uma boa evolução da doença, bem como a detecção dos casos de mau prognóstico.



Espero que você tenha gostado do texto.

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