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Segmentos do nervo facial





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No seu percurso, desde o córtex cerebral até as suas ramificações terminais nos músculos da face, o nervo facial pode ser dividido em 3 segmentos: supranuclear, nuclear e infranuclear.

O tronco do nervo facial, constituído pelo nervo facial propriamente dito e pelo nervo intermédio, emerge do tronco encefálico na porção ventrolateral do sulco bulbopontino, na altura do ângulo ponto-cerebelar, iniciando seu segmento infranuclear. Desde sua saída do tronco até os ramos terminais na face, é subdividido em 6 segmentos: pontino (intracraniano), meatal, labiríntico, timpânico, mastoídeo e extratemporal.


a) SEGMENTO PONTINO (INTRACRANIANO)

Tem início no núcleo de origem onde se junta ao nervo vestibulococlear (VIII par craniano) e intermédio até penetrarem no meato acústico interno. Mede aproximadamente 10mm. As lesões desse segmento caracterizam-se, portanto, pela associação de déficits vestibulares e cocleares,n além de PFP homolateral.


b) SEGMENTO MEATAL

Os dois componentes do nervo facial (o nervo facial propriamente dito e o nervo intermédio) penetram no meato acústico interno, onde perdem sua individualidade, constituindo
um tronco único até encontrar o canal de Falópio. Um septo ósseo conhecido como crista  falciforme ou "barra de Bill" (Bill´s Bar) separa este espaço da área do vestíbulo superior. Esta área superior é separada da inferior pela crista transversa e na porção inferior encontra-se o nervo vestibular inferior e o nervo coclear. Esse segmento mede aproximadamente 8mm e nele o nervo facial é muito resistente a processos de estiramento e compressão de evolução lenta. Por esse motivo, lesões em decorrência de processos expansivos, como o schwanoma do nervo vestibular, freqüentemente, se manifestam por alterações na secreção lacrimal, salivar e gustativa, decorrentes do comprometimento do nervo intermédio, e só tardiamente ocorre comprometimento motor do nervo facial.


c) SEGMENTO LABIRÍNTICO

Recebe este nome porque o nervo facial passa entre o labirinto coclear e o vestibular. Inicia-se no fundo do meato com aproximadamente 2-4 mm de comprimento, terminando no
gânglio geniculado, onde saem o primeiro ramo (nervo petroso superficial maior) e o segundo ramo (nervo petroso superficial menor). Ao sair do meato acústico interno, o nervo sofre uma compressão fisiológica, pois o início do canal facial é sua porção mais estreita. Por isso, nesse segmento o nervo facial é mais vulnerável a processos inflamatórios. Além disso, essa é a única área onde o nervo facial não é suprido por anastomoses arteriais em forma de arcadas e sim por um suprimento arterial único, que o deixa mais suscetível a processos isquêmicos. Ao chegar ao gânglio geniculado o nervo faz uma curva para trás de 40-80 graus, terminando o segmento labiríntico.


d) SEGMENTO TIMPÂNICO

Tem aproximadamente 11 mm de comprimento, cursando póstero-superiormente ao processo cocleariforme e janela oval, fazendo uma segunda curva (segundo joelho) em direção ao canal semicircular lateral (110 - 120 graus). Este segmento divide-se em uma porção proximal vertical ou cocleariforme e uma porção distal horizontal ou estapediana, de onde ocorre a emissão do terceiro ramo (nervo estapédio). Pode ocorrer deiscência do nervo facial em 50% dos casos a nível da orelha média no segmento timpânico.


e) SEGMENTO MASTÓIDEO

É o segmento que está dentro do canal facial localizado na parede anterior da apófise mastóide, estendendo-se verticalmente desde a caixa timpânica até o forame estilomastoideo.  Mede aproximadamente 13 mm e nele ocorre a origem do quarto ramo do facial, o nervo corda do tímpano.


f) SEGMENTO EXTRATEMPORAL

Inicia-se junto ao forame estilomastoideo e, ao atingir a parótida, começa a se dividir em têmporo-facial e cervico-facial. A seguir, divide-se em 5 ramos: cervical, mandibular, bucal, zigomático e temporal. A vascularização do nervo facial, em sua porção intratemporal, é fornecida pelos sistemas arteriais carotídeo e vértebro-basilar. No canal auditivo interno, o segmento meatal é nutrido por ramos labirínticos terminais da artéria cerebelar ântero-inferior. Assim, os segmentos intratemporais recebem irrigação das seguintes artérias:

1) artéria petrosa: ramo da artéria meníngea média que penetra no osso temporal, irrigando a região do gânglio geniculado, segmento timpânico e parte do labirinto.

2) artéria estilomastoídea: geralmente é ramo da artéria occipital. Penetra com trajeto ascendente no forame estilomastoideo. É responsável pela irrigação do segmento mastoídeo e ramos do nervo facial nesta região, colaborando com a vascularização do segmento timpânico. O nervo facial intratemporal possui uma rica rede de anastomoses para prevenir sua isquemia, com exceção do segmento labiríntico, ao nível da junção dos sistemas carotídeo e vértebro-basilar. É exatamente essa região de menor irrigação que está envolvida, na maioria das vezes, nos processos de paralisia idiopática, herpes zoster oticus, e paralisias tardias devido a  fraturas ou manipulação cirúrgica via translabiríntica ou fossa média.

A anatomia do nervo facial é extremamente importante para compreensão de suas patologias, bem como para uma exposição adequada da mastóide e do ouvido médio em cirurgias otológicas. No acesso da fossa média, os parâmetros anatômicos são a eminência arqueada, o plano meatal, o hiato facial, o nervo petroso superficial maior. Na via translabiríntica, deve-se visualizar a ampola superior e a lâmina vertical (Bill's Bar). Na orelha média, os parâmetros para  localização do nervo facial são o processo cocleariforme, a janela oval, o canal semicircular lateral, o nervo corda do tímpano, além da ranhura do digástrico. O nervo facial passa medial e inferior ao canal semicircular lateral.
Anomalias do nervo facial são raras, sendo a mais comum a deiscência do nervo facial de seu canal, o que leva à exposição do mesmo à injúria durante uma cirurgia de osso temporal. A localização mais freqüente é o segmento timpânico acima da janela oval, seguido pelo gânglio geniculado e segmento mastóideo adjacente às células retrofaciais. O curso desse nervo normalmente é constante, porém variações anatômicas podem ocorrer. Deve-se suspeitar de anomalias do canal de Falópio em casos de atresia congênita de orelha média e anomalias de cápsula ótica.

A complexidade morfológica, funcional e topográfica dos nervos periféricos, e do facial em particular, associada a fatores biológicos e cirúrgicos, influem na qualidade da regeneração axonal e conseqüente função muscular após correção cirúrgica de uma injúria do nervo. A estrutura do nervo facial é composta de endoneuro, perineuro e epineuro, sendo que as disposições não são constantes ao longo de seu trajeto. No ângulo ponto-cerebelar e conduto auditivo interno, as fibras são arranjadas em feixes paralelos com pequeno suporte de endoneuro, sem a presença de perineuro. No seguimento labiríntico, as fibras formam uma coleção simples compacta com pouco endoneuro e uma fina bainha. O nervo ocupa apenas 25% a 50% do canal ósseo. No segmento timpânico, o nervo é composto por um único feixe. O epineuro é mais espesso que no segmento
labiríntico. No segmento mastoídeo, o nervo é composto por vários feixes. Após o forame estilomastoideo, há vários feixes e um perineuro bem definido e espesso. Por apresentar um envoltório conjuntivo mais frágil, as fibras da porção intracraniana são mais vulneráveis às agressões, além de serem menos onduladas, apresentando assim menor elasticidade e maior sensibilidade às lesões por estiramento agudo.

Retirado daqui

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