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Paralisia Facial Congênita






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Iniciamente a angústia da paralisia facial é da família

Conceito
Uma assimetria facial causada por uma paralisia facial congênita não é frequente em recém-nascidos e quando ocorre tem várias causas. Sua incidência é de 1,4% dos nascimentos vivos e pode ter causa adquirida ou de desenvolvimento (Granato e Lazarini, 2006). Inicialmente, o incômodo, a angústia, não é no bebê, mas sim em seus pais e familiares. As primeiras relações afetivas estão intimamente relacionadas com a mímica facial, pois é através da expressão que a criança demonstra alegria, dor, choro, desconforto (Gomez, Vasconcelos e Bernardes, 2004).

Nestes bebês, estas expressões geralmente estão prejudicadas, principalmente quando ocorre paralisia facial bilateral.
Existem dois tipos de paralisias faciais congênitas:
• Não desenvolvimento dos núcleos celulares pontinos, que dariam origem às fibras do nervo facial.
• Paralisia facial do tipo "Heller", que consiste na não formação do pavilhão da orelha e outras estruturas circunvizinhas.

Etiologia
As causas que geram a paralisia do VII par craniano no recém-nascido podem ser devido a erros de embriogênese ou adquiridos durante a gestação, ou aqueles ocasionados durante o parto (Gomez, Vasconcelos e Bernardes, 2004). Entre as causas adquiridas Granato e Lazarini (2006) citam pressão na face provocada pela proeminência sacral durante o trabalho de parto ou a utilização do fórceps. Nos casos de trauma de parto, geralmente a paralisia associa-se a outros sinais, como edema facial, equimoses e hemotímpano. Traumatismos de parto são responsáveis por 78% dos casos de paralisia facial.

Entre as etiologias congênitas, a sequência de Moebius é a mais estudada. Na síndrome ou sequência de Moebius observa-se uma fraqueza ou paralisia dos músculos faciais o que dificulta a expressão das emoções através da face. O sexto (nervo abducente) e o sétimo (nervo facial) pares cranianos estão envolvidos nesta doença. Ocorre paralisia facial uni ou bilateral, estrabismo convergente. Pode ocorrer também paralisia de outros nervos cranianos, malformações dos membros (pés tortos congênitos, artrogripose e sindactilia ) e malformações de estruturas faciais (Altmann e Vaz, 2004; Guedes, 2008).

Altmann e Vaz (2004) salientam que outras síndromes podem apresentar paralisia facial como conseqüência: a síndrome de Poland, complexo de Charge, síndrome de distrofia miotônica de Steinert e espectro fascioauriculovertebral ou síndrome de Goldenhaar.

De acordo com Lazarini e Almeida (2006) além da sequência de Moebius outras alterações podem levar a paralisia facial, entre elas
• Agenesia do nervo facial – ocorrendo ausência de inervação muscular da face, é uma condição rara, pode ser isolada ou associada a outras alterações.
• Paralisia do lábio inferior – doença que ocorre no desenvolvimento do nervo facial, ocorrendo o comprometimento da inervação da musculatura do lábio inferior, a mobilidade do restante da hemiface está preservada. Os músculos afetados são os inervados pelo ramo mandibular do facial – orbicular da boca, depressor do ângulo da boca, depressor do lábio inferior e o mentoniano.

Quadro clínico
Casos de paralisia facial congênita, seja central ou periférica, não apresenta um aspecto típico, as alterações faciais vão ocorrer de acordo com o que foi lesado, e, quando associado a síndrome, seu quadro clínico pode envolver outras alterações.

Tratamento
Granato e Lazarini (2006) salientam que o tratamento geralmente é cirúrgico, podendo ser complementado com estímulos elétrico. O resultado da cirurgia depende da época da indicação, sabendo-se que quanto mais cedo for operado, melhor será o resultado.

Guedes (2008) afirma que em virtude da ausência da mímica facial e do quanto tal característica tem sido considerada importante na comunicação oral, estes pacientes necessitam de um trabalho multidisciplinar para minimizar os graves transtornos psico-sociais que acarretam dificuldades de comunicação para esses pacientes. A equipe multidisciplinar é composta por: neurologista, geneticista, fonoaudiólogo, psicólogo, oftalmologista, otorrinolaringologista, ortopedista, cirurgião plástico. O trabalho fonoaudiológico visa a melhora na comunicação, melhora no desempenho das funções estomatognáticas através de exercícios.

Quando a etiologia da paralisia é um erro de embriogênese, Gomez, Vasconcelos e Bernardes (2004) afirmam que o tratamento deve ser diferenciado, devido a outras sequelas que ocorrem. O objetivo principal da terapia deve ser adequar as funções estomatognáticas – sucção, deglutição, mastigação, respiração e articulação. É necessário a realização de exercícios miofuncionais para adequação do tônus e mobilidade da musculatura facial. O trabalho de propriocepção, sensibilidade gustativa e a estimulação da linguagem, também devem ser realizados.

Os pacientes com síndrome de Moebius, geralmente costumam apresentar dificuldades para mamar e consequentemente ganhar peso, pois apresentam pequena abertura de boca, mobilidade palatal pobre e sucção e deglutição ineficientes, restrição de movimentos mastigatórios laterais ou ausência de mastigação, levando muitas vezes a um grau de desnutrição preocupante ou ganho de peso muito lento (Canonaco, 1998, Carneiro e Gomes, 2005). Estes pacientes necessitam de um acompanhamento fonoaudiológico para adequação das funções estomatognáticas e da musculatura facial. A orientação à família deve ser feita desde o nascimento, principalmente devido aos problemas relacionados com a alimentação.

De acordo com Guedes (2006) o processo terapêutico nos casos de paralisia facial congênita, deve iniciar com relaxamento do rosto, pescoço e ombros, em seguida vem o trabalho individual da musculatura:
• na testa, os movimentos são ascendentes;
• nas pálpebras superiores e inferiores, são em direção lateral;
• na porção lateral do nariz, movimentos descendentes;
• na região das comissuras labiais, movimentos para fora e para cima, para os lados e para baixo;
• no pescoço, movimentos descendentes.

Outros exercícios devem ser realizados através de movimentação complementar com mímica, em que a autora insiste na importância de relacionar a mímica com o sentimento emocional que deve ser expresso. Por exemplo, ao pedir que o paciente realize o exercício com "cara de nojo", solicitar ao paciente que pense em algo que o enoje enquanto realiza a mímica. Devem ser trabalhados também exercícios de sucção, mastigação, deglutição e articulação, de acordo com a necessidade de cada paciente. Exercícios de abertura de boca, mordida e relaxamento para um bom resultado nas paralisias. A autora utiliza também exercício de mastigação seguida de sorriso e lateralização de mandíbula seguida de sorriso. As massagens devem se lentas e sem força. Como produzem o aquecimento das fibras musculares devem ser realizadas no início da terapia e seguidas de relaxamento.

O trabalho com pacientes com paralisia facial congênita, principalmente com a etiologia de síndrome de Moebius, é um trabalho bastante árduo. Guedes (2006, p.172) citando Cole (1999) afirma que o fonoaudiólogo deve fazer "de tudo para que essas crianças possam ter o prazer de expressar seus sentimentos por meio de alguma parte de seu corpo, mesmo que seja 'sem face'".

Prognóstico
Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração que a evolução da PF congênita é diferente da PFP. Os resultados vão depender da quantidade de fibras do nervo facial que estão saudáveis e, em alguns casos, dos resultados do tratamento cirúrgico. Deve-se também levar em consideração outras alterações que podem estar relacionadas à paralisia facial, que muitas vezes vão dificultar o tratamento.



Espero que você tenha gostado do texto.

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Um comentário:

  1. meu filho tem paralisia facial congênita e aos 06 anos fez uma cirurgia de transposição de musculo..tirou da perna e colocou na face...a principio melhorou um pouco o visual mas hoje com 13 anos não se sente muito confortável com os amigos..gostaria de saber o que fazer

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