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Vítimas de enxaqueca têm duas vezes mais chances de sofrer paralisia facial





Clique na imagem para ampliá-la e saiba mais (Anderson Araújo/CB/D.A Press)

A enxaqueca é uma doença neurovascular crônica e incapacitante. Trata-se do distúrbio mais comum do sistema nervoso com base biológica e que acomete normalmente pessoas geneticamente predispostas. As causas, apesar dessa possível tendência hereditária, continuam indefinidas. No entanto, muitos são os problemas associados a ela. Pacientes que sofrem com as seguidas crises agudas de dor de cabeça apresentam maior risco de transtornos de ansiedade, depressão e até isquemia cerebral. Nova pesquisa publicada na versão on-line da revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia, traz mais um fator a essa equação. A enxaqueca pode dobrar o risco de ocorrência da paralisia de Bell, também chamada de paralisia periférica facial (veja infográfico).

A equipe liderada por Shuu-Jiun Wang, da Universidade Nacional de Yang-Ming e do Hospital Geral de Veteranos de Taipei, em Taiwan, acompanhou 136.704 pessoas com mais de 18 anos, divididas em dois grupos — com e sem enxaqueca — e acompanhadas por três anos em média. Nesse período, o diagnóstico de paralisia de Bell foi confirmado em 671 participantes enxaquecosos e em 365 do grupo controle.

Outros fatores que poderiam aumentar o risco de desenvolvimento do problema, como sexo, pressão alta e diabetes, foram considerados. Os números finais mostram que as pessoas com enxaqueca tinham uma propensão duas vezes maior para o desenvolvimento da paralisia. “A infecção, a inflamação ou os problemas cardíacos e vasculares compartilhados poderiam estar em causas originais para essas doenças”, explica Wang. “Se um elo comum é identificado e confirmado, mais pesquisa podem levar a melhores tratamentos para ambas as condições.” A maioria das pessoas que têm a paralisia se recupera após algumas semanas ou meses.

Para o secretário do Departamento Científico de Cefaleia da Academia Brasileira de Neurologia, Fernando Kowacs, a associação confirmada pelo trabalho de Wang não significa que a paralisa pode ocorrer durante as crises. “A informação não é de causa, mas de que é uma população com maior chances de paralisia. Ainda é difícil saber como seriam os mecanismos disso”, observa. Kowacs explica que, na enxaqueca, o trigêmeo é comprometido, um nervo sensitivo que está presente em uma das etapas finais do processo da dor. Para o especialista, o estudo de Taiwan precisa ser confirmado por outras instituições.

Outras complicações
Segundo Ann Scher, membro da Academia Americana de Neurologia, a enxaqueca tem sido associada, em outros estudos, com o acidente vascular cerebral e doenças cardíacas. Um trabalho conduzido por ela com pacientes de 33 a 65 anos indica que eles são mais propensos a desenvolver Parkinson e outros distúrbios do movimento.

Estudo publicado por Scher também na Neurology, em setembro, mostra que vítimas de enxaqueca com aura são duas vezes mais propensas a serem diagnosticadas com Parkinson. “A disfunção no mensageiro de dopamina cerebral é comum tanto ao Parkinson quanto à síndrome das pernas inquietas, e existe a hipótese de que alguns sintomas da enxaqueca, como excessivos bocejos, náuseas e vômitos, podem estar relacionados à estimulação dos receptores da dopamina.”
Espero que você tenha gostado do texto.

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