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Tipos de tratamento da paralisia facial de Bell








A eletroestimulação é uma técnica que ajuda no fortalecimento muscular baseada na estimulação de ramos intramusculares dos motoneurônios, que levam a contração muscular, os estímulos que a corrente elétrica produz para uma contração muscular são semelhantes aos que são gerados em contrações voluntárias. A membrana nervosa despolarizada gera potencias de ação no motoneurônio que resultam em contração muscular, aumento do metabolismo muscular, liberação de metabólitos, maior oxigenação, dilatação de arteríolas e assim, consequentemente aumenta a irrigação sanguínea muscular. A eletroestimulação é importante na recuperação da PB, pois os músculos faciais possuem poucas fibras por unidade motora, são delicados e fibrosam mais rapidamente que músculos maiores. Ultimamente os tipos de correntes mais usadas para o tratamento da PB são as correntes pulsáteis, de baixa e média frequência com duração de pulsos largos, a corrente direta interrompida tem a função de estimular diretamente fibras musculares desnervadas 

A fisioterapia deve ter inicio nos décimo a décimo segundo dias após a instalação da patologia, pois é desaconselhável iniciar o tratamento fisioterápico em fase aguda, porque o nervo facial encontra-se isquêmico e edemaciado após o começo da doença. Acredita-se que um grande volume de estímulos levará a alteração na camada de mielina, assim provocando reinervações em lugares indesejáveis seguido por espasmos e sincinesias. Um protocolo de eletroterapia diz que eletroterapia combinada com exercícios faciais específicos, pode contribuir para a reinervação facial do paciente com paralisia facial crônica e a redução de suas complicações. 

 O uso da eletroterapia na Paralisia Facial Periférica é controverso. O uso da corrente galvânica e a estimulação elétrica de alta voltagem referida em alguns estudos visa acelerar o retorno da contração muscular. Porém, os estudos realizados em animais comprovam que a eletroestimulação neuromuscular da face durante a fase inicial da recuperação da lesão pode ser desruptiva para a reinervação. Também nos humanos está estimulação na fase inicial de lesão pode favorecer o aparecimento de hipertonias e sincinesias. Se o estimulo elétrico não é cuidadosamente aplicado ao ramo do nervo facial que serve determinados músculos, as fibras do tronco nervoso que servem vários músculos serão recrutadas.

 Outra possibilidade de tratamento envolve a crioterapia. O termo crioterapia é utilizado para descrever tratamentos com modalidades de frio que variam sua temperatura entre 0°C a 18,3°C. O resfriamento condutivo usa a aplicação do frio em um local do corpo fazendo com que a temperatura corporal da parte aplicada se transfira para o objeto de menor temperatura, assim havendo uma diminuição da temperatura local, consequentemente respostas locais e sistêmicas são geradas.

 Os efeitos fisiológicos do frio são melhores que os do calor em lesões agudas inflamatórias, pois o fluxo sanguíneo local é diminuído inicialmente, assim como o edema e respostas inflamatórias também serão contidas. A termoterapia é o tratamento mais antigo que se conhece na pratica de reabilitação física. A atuação do gelo corretamente aplicado em um local inflamado atua evitando o extravasamento sanguíneo, levando a uma menos quantidade de fibrinas e também uma menor síntese de colágeno, assim minimizando as conseqüências. A crioterapia tem como objetivo a estimulação de pontos motores para a obtenção de contração muscular na fase flácida. Pode ser usado um cubo de gelo (com a proteção de uma toalha, durante dez minutos (Matos, 2011).

 A FNP (Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva) diz respeito a facilitar o envio de informações neurais relativas ao movimento corporal e localização do mesmo no espaço. Essa técnica não esta direcionada diretamente com uma lesão, e sim com a necessidade de alcançar um nível funcional adequado do ser como um todo

As técnicas de PNF são divididas em seis, sendo estas:

Efeito pós-descarga: é o efeito de sensação do aumento da força muscular, é mantida mesma depois do cessar do exercício.

Somação Temporal: Ocorre uma seqüência de estímulos de baixa proporção que atua de forma indireta nos músculos em pequenos períodos de forma ajustada causando assim excitação.

Somação espacial: Estímulos aplicados em diferentes regiões corpóreas com objetivo de reforçarem-se causando excitação muscular, podendo ser usado a somação temporal e espacial objetivando o aumento da atividade.

Irradiação: esta é caracterizada por distribuição e elevação do grau de resposta, ocorrendo em períodos em que a intensidade ou quantidade de estímulos é elevada obtendo excitação ou inibição.

Indução sucessiva: excitação de músculos agonistas seguido da estimulação de seus antagonistas.

Inibição recíproca: Quando temos uma contração muscular há uma inibição simultânea de seu antagonista. A inervação recíproca é uma parte crucial na coordenação motora.

 A FNP usa o principio do reflexo de estiramento e da resistência para promover a atividade e aumentar a força muscular nos músculos faciais (Matos, 2011)

O treino de mímica facial é o uso e do controle de um músculo ou grupo muscular isoladamente. Dá-se a introdução ao paciente ensinando-o a praticar os movimentos desejados enquanto olha para um espelho proporcionando um biofeedback. O biofeedback é definido pela Guide to Physical Therapist Pratice como uma técnica de treinamento que permite ao individuo conseguir algum controle voluntário sobre as funções do sistema muscular ou nervoso autonômico usando-se um dispositivo que forneça estímulos visuais ou auditivos.

 A eletroestimulação não é um recurso muito recomendado, pois o seu estímulo pode causar espasmos e contraturas, que são casos mais complexos de serem tratados. Na maioria das vezes, o paciente não obtém resultados de melhoras significativas. Esta técnica deve ser utilizada apenas no início da reabilitação, quando a musculatura encontra-se flácida, e deve ser cessada com o surgimento dos primeiros movimentos voluntários. Os músculos faciais têm poucos fusos neuromusculares e suas unidades motoras são menores assim sendo sua regeneração é mais lenta. O uso da eletroterapia foi controverso, pois pode promover riscos como movimentos em massa ou sincinesias.

 Assim foi possível observar que todos os casos de paralisia facial devem ser tratados, em quaisquer tipos de etiologia, até quando houver secção do nervo. Quanto antes à intervenção do profissional melhor será a chance de recuperação. Porém, após seis meses de tratamento, caso não haja uma melhora significativa, o prognóstico desse paciente se torna desfavorável e sua recuperação limitada.

Espero que você tenha gostado do texto.

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