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Paralisia Facial x Doença de Lyme







A PFP ( Paralisia Facial Periferia) bilateral é uma afecção rara e que geralmente se associa a um quadro sistêmico, devendo ser investigada cuidadosamente antes de se estabelecer diagnóstico de paralisia idiopática de Bell .

O diagnóstico diferencial é amplo, variando desde causas idiopáticas, como a paralisia de Bell, Melkersson-Rosenthal, síndrome de Guillain-Barret, neuropatia cranial múltipla; infecciosas, como a doença de Lyme, herpes zoster, neuropatia pelo HIV, sífilis, mononucleose, citomegalovírus, otite média bilateral, meningite bacteriana; neoplásicas, como as leucoses, linfomas e tumores do ângulo ponto-cerebelar. Outras possíveis causas são as doenças metabólicas como diabetes, o traumatismo craniano, as malformações como a Síndrome de Möbius e doenças de etiologia incerta como a sarcoidose, vasculites, entre outras.

A doença de Lyme é relatada como a principal causa infecciosa de PFP bilateral, correspondendo até 39% dos casos em algumas séries, embora sua incidência seja bastante variada.

A doença é causada por uma bactéria espiroqueta, a Borrelia burgdorferi, cujo vetor mais comum é um carrapato . A Borreliose de Lyme é uma infecção polimorfa, com evolução e manifestações clínicas variáveis. Seu período de incubação varia de 3 a 32 dias. A primeira manifestação da doença costuma ser de rash cutâneo (classicamente o eritema crônico migrans), associado aos sintomas de pródromo viral (estágio 1). Após algumas semanas ou meses, os pacientes podem manifestar-se com quadro neurológico e cardíaco, sendo comum neste estágio a mialgia migratória (estágio 2). Os pacientes podem apresentar quadro de meningoencefalite, neuropatia cranial múltipla, e radiculoneurite. Tipicamente apresentam sintomas flutuantes de meningite, acompanhados de PFP e radiculoneurite periférica. O terceiro estágio pode ocorrer após algumas semanas ou anos do quadro inicial, manifestando-se com quadro de monoartrite (60% dos pacientes), cutâneo (acrodermatite crônico atrófico), ou neurológico .

A PFP ocorre em até 10% dos pacientes com Lyme, sendo bilateral em 30% dos casos. O prognóstico da paralisia é ótimo, com recuperação completa na maioria dos casos. Os pacientes com quadro neurológico associado e PFP bilateral apresentam pior prognóstico. Ao contrário da paralisia de Bell que é mais comum em adultos, a doença de Lyme é mais comum em crianças. O diagnóstico é sorológico, sendo que os anticorpos da classe IgM aumentam ao redor da segunda semana e tendem a regredir com tratamento, enquanto os anticorpos da classe IgG surgem tardiamente com pico ao redor do segundo ou terceiro mês, podendo permanecer positivo indefinidamente. O tratamento preconizado é a antibioticoterapia, sendo a tetraciclina a opção de escolha. Penicilina e eritromicina também podem ser usadas. Como no caso relatado o paciente apresenta sorologia negativa, e não apresenta história de contato com carrapato ou antecedente de viagens a áreas endêmicas, o diagnóstico foi descartado.

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