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Fonoaudiologia na Paralisia Facial





Guedes (1997), refere que as paralisias faciais adquiridas normalmente produzem inibições dos movimentos da mímica facial, favorecendo o aparecimento de alterações estéticas, funcionais e trágicos transtornos emocionais.

As alterações da mímica facial interferem no processo da comunicação. Funções como a mastigação e o fechamento dos olhos, dentre outras, podem também ser prejudicadas.

No processo de atuação fonoaudiológica em casos de paralisia facial, nos questionamos sobre a conduta, os exercícios a serem adotados e como podemos considerar as seqüelas.

Na ocorrência da paralisia facial, o fator limitante é a viabilidade da musculatura facial, pois em geral ao término de 12 meses após a degeneração nervosa, a musculatura estriada atrofia rapidamente.

O grau de recuperação da função motora depois da lesão é determinado por fatores como tipo de compro­metimento do nervo, grau e duração do período de reiner­vação, conexões motoras e sensoriais.

De acordo com Junqueira (1998), a avaliação é o ponto de partida para qualquer trabalho mioterápico, e pode ser comparada à montagem de um quebra-cabeça, que ao juntar cada parte formará o diagnóstico, permitindo que o fonoaudiólogo possa traçar um plano terapêutico adequado às necessidades do paciente.

Na avaliação fonoaudiológica de um paciente com paralisia facial, realiza-se uma anamnese e uma avaliação da mobilidade e tônus da musculatura através de exercícios isométricos e isotônicos como movimentos de elevação e contração da testa, fechamento forçado dos olhos, elevação do nariz, protrusão e estiramento dos lábios, função da mastigação, sistema fonêmico, e exame de audiometria com pesquisa do reflexo estapediano.

No processo terapêutico são utilizados inicialmente exercícios isométricos e depois passam à ser utilizados exercícios isotônicos, realizados numa freqüência de uma vez ao dia em casos idiopáticos e duas vezes ao dia em casos traumáticos e iatrogênicos.

Os exercícios usados durante a avaliação também são utilizados no tratamento, alternados com massagens da musculatura e algumas orientações para estimular o lado paralisado.

Tessitore (1995) propõe uma abordagem miote­rá­pica com estimulação de pontos motores da face, produzindo efeitos como a diminuição da contratura e melhorando a circulação sangüínea e a oxigenação dos tecidos. Além de estimular a musculatura oro-facial, utiliza massagens que envolvem alongamentos (isometria) ativos e passivos, aumenta e propicia a sensopercepção de cada músculo envolvido, modificando o tônus muscular e assim buscando o equilíbrio miofuncional.

Na musculatura facial realiza manobras de desli­za­mentos, movimentos circulares, de soltura tapping, trabalhando com estímulos propioceptivos, a princípio dentro da tolerância do paciente, aprofundando na evolução do tratamento.

Em relação à alimentação do paciente com paralisia facial, o objetivo é restabelecer a identidade intraoral. Na maior parte dos casos, ocorre uma sobrecarga mastigatória sobre o lado não paralisado, ocasionando falha na limpeza do vestíbulo lateral e flacidez do m. bucinador, o qual tem as funções de proteger a bochecha e manter o bolo alimentar entre as arcadas.

Segundo Marchesan (1993), durante a mastigação contraem-se coordenadamente vários grupos musculares, sendo os mastigatórios os mais destacados, embora também sejam fundamentais os músculos da língua e os fa­ciais, especialmente o bucinador e o orbicular dos lábios.

Trabalhando para melhorar a mastigação contornamos situações constrangedoras para pacientes em situações sociais inevitáveis, melhorando o vedamento labial e utilizando a língua como recurso na limpeza do vestíbulo.

Se houver possibilidade devemos incluir a escovação durante a terapia, para auxiliá-lo a superar as dificuldades de vedamento labial.

De acordo com Beuttnmüller & Beuttenmüler (1995), a boca desempenha importante papel na articulação dos sons, daí a necessidade de sua estrutura estar adequada morfológica e funcionalmente.

Algumas seqüelas costumam aparecer 4m após a ocorrência da paralisia facial, como contraturas e hipertrofia da musculatura facial em associação com sincinesias (movimentos independentes).

O prognóstico de cada caso vai depender da cooperação do paciente, época da intervenção fonoaudiológica, tipo de lesão, extensão da lesão e intervenção prévias.

Fonte
Espero que você tenha gostado do texto.

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